
Cobramor
Um poema para a Ucrânia (tropa não)
Atualizado: 9 de mar.

Quando fiz 18 anos
fui à inspecção militar
era o que tinha de aceitar
por ser homem, para me emancipar.
A tropa era obrigatória
mas como estava a estudar
consegui uma moratória
e eventualmente um amigo
safou-me desse castigo
e lá fui dado como inapto.
Entretanto, já fizemos tanto,
até já fomos a Marte
e ainda se faz guerra,
não como a arte
de Sun Tzu
mas como se o planeta Terra
não tivesse problemas suficientes
entre a fome e a obesidade
e todos os doentes
que essa insanidade
cria;
a espécie humana, tão evoluída
não arranja uma saída
para uma discussão que não
seja ter uma arma na mão.
NATO
URSS
EU
USA
Ucrânia
num conflito armado
a culpa é sempre do estado
não de um, mas de todos
não há melhores nem piores,
não há inocentes
a não ser a população
entre mortos e sobreviventes,
não há vencedores
a não ser quem factura
com os horrores
da hostilidade,
o lucro não tem nacionalidade:
a indústria do armamento
a da energia
e a do alcatrão e do cimento.
Faz paz.
Não faças guerra. Combate-a.