
Cobramor
Quanto caímos?

Esmaga-a! de imediato!
essa atracção pela evasão
entope o coração
rasga a garganta
sufocando-a
são as folhas douradas
repousadas nas montanhas
o estrangulamento do metal
e do cimento
com o seu aumento
integral
passagem rápida
na vassalagem
deixando um legado
esquecido e desabitado,
palavras vãs
a lutar
nas manhãs
quixotescas,
a coreografia despótica
da linha de montagem
injecta a encenação narcótica
em.cada.veia.
o corpo eclode
em impermanência emocional
que explode
numa calma
falsa
no olho do furacão
todos contra todos
convocam ritos
evocam deuses
no culto dos caídos
oh e nós
outrora soberanos
quanto
caímos
e quanto mais
cairemos?