
Cobramor
A humanidade é o diabo

Imagina-me criatura selvagem
contrição ao prestar vassalagem
às divindades do mal
se for essa a forma brutal de
romper
a ridícula película que me impede
de satisfazer esta sede de
soberania
num desejo inflamatório
adorno todo o território
na mais muda das
maquinações
cada um toma a sua posição
resigna-se à escoriação
deste planeta profanado
cada órgão envenenado
& o espírito chacinado
num enlaço da violência
para que o verniz da passividade
e o esmalte da subserviência
eeeeees...taaaaaaaa......lem
não mais marchar ordeiramente
pelas alas da aceitação
não mais renunciar ao presente
nas valas da abnegação
todas as chagas
de que este corpo padecer
catalisadoras duma
perigosa independência
prodigiosa cadência
aniquilando tudo no caminho
como uma fera mortí!fera
saúdo a ofensiva da barbaridade
que a inumanidade macule as regiões
até aniquilar
os mortais cristais do hábito
sustento da lei dos homens,
aleitando uma sedição mundial
pois é já tempo desse
universal deus prometido
descender dos céus e ser abolido
emancipando uma pura selvajaria
arrebatada na fantástica
maquinaria de destruição
até à devastação da história
à cessação da memória
numa chama avernal
depois da loucura irreversível
não há cura possível que não
o deserto
entre os corpos
celestiais